201903.14
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Entrevista com Dr. Vicente dos Santos

Entrevista com Dr. Vicente dos Santos, Superintendente Médico do Hospital Português.

TP – Qual sua naturalidade?

V – Salvador

TP – Qual seu estado civil? Tem filhos?

V – Aos 75 anos, sou casado e tenho três filhos. Dois deles atuam na área de direito e minha terceira filha é Down.

TP – Qual seu cargo e em que empresa trabalha?

V – Sou superintendente do HP há 05 anos, mas já estive no Hospital anteriormente também.

TP – Qual sua formação?

V – Médico especialista em perícia médica e medicina legal.

Olá, Torres e Pires Advogados AssociadosTP – Como tudo começou?

V- Formado em medicina há quase 50 anos, fiz especializações em Ginecologia e Obstetrícia e Administração Hospitalar. Comecei a carreira como ginecologista e obstetra, área a que me dediquei por muitos anos, mas logo busquei outros caminhos que trouxessem meu bem-estar e com que me identificasse mais. Nos lugares onde passei, precisei modificar a estrutura para conseguir exercer a profissão sem riscos e isso me trouxe alguma experiência na área. Durante 35 anos em que fiz cirurgias e partos, não tive nenhum processo e nenhum óbito em pacientes internados em hospital e isso se deve ao cuidado que sempre tive para que os riscos não fossem maiores que os benefícios de se estar em hospital. E esse é o princípio da medicina, de primeiro não ser nocivo.

TP – Como chegou até aqui?

V – Passei para o ramo de gestão em saúde para viabilizar da melhor forma o desenvolvimento das atividades médicas. Concomitantemente, o reconhecimento dos colegas me levou para posições de liderança da especialidade em associações, cooperativas e instituições médicas.

Na Colômbia, onde me especializei e fiz atividades de gestão na área de planejamento familiar, participei de um programa que desenvolveu um sistema de saúde que foi a matriz do SUS.

TP – A que atribui seu sucesso?

V – Sempre fui um defensor da ética – o maior alcance de honestidade e solidariedade. Honestidade é a prática da verdade e solidariedade é a integração com outro indivíduo, com o grupo social e com a natureza. Essa integração fez com que fizesse somente amigos em minha trajetória. Esse convívio sempre amistoso e transparente tornou meu caminho mais fácil.

TP – Como sair do lugar comum e quebrar paradigmas no mundo dos negócios?

V – A transparência e a ética da minha personalidade eu transfiro para minha vida profissional e, talvez, isso seja inovador. Eu surpreendo as pessoas com essas características.

TP – Que ferramentas você utiliza para enfrentar os desafios do mercado?

V – Como gestor, em todos os lugares que estive, pratico a verdade, não apoio desavenças e não prejudico a instituição que paga meu salário.

TP – Onde pretende chegar? 

V- Pretendo continuar saudável. Apesar de ser médico, casado com uma médica, não utilizo a medicina o tempo inteiro na vida. Pretendo manter uma vida ocupacional o quanto eu puder. Busco sempre me atualizar, não sou contra a atualização, mas não absorvo toda a atualização disponível – seja por inapetência, seja por conforto.

TP – Qual o seu legado?

V – No HP e em todos os lugares onde trabalhei, a prática da afetividade, a função mais importante do psiquismo do indivíduo, sempre esteve presente. Para mim, a amizade e a solidariedade são indispensáveis e sempre fui procurado, desde marinheiros, técnicos de enfermagem a diretores de hospitais para algum tipo de apoio nas suas necessidades.

TP – Que mensagem você deixa para as pessoas que desejam empreender na Bahia?

V- É preciso trabalhar com seriedade – que não significa ser sisudo – mas levar à cabo o projeto que lhe é confiado. Qualquer empreendimento que se faça deve levar em consideração o empenho das pessoas envolvidas em direção ao cumprimento do que foi prometido. Isso é importante, pois, para mim, não é a prática do nosso mercado, o baiano.

Fonte: Núcleo de comunicação do Torres e Pires